Para refletir!

"Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome". Mahatma Gandhi

Amor na latinha de leite

Certa vez avistei dois irmãozinhos maltrapilhos, um deles aparentava ter aproximadamente cinco anos e o outro dez. Iam pedindo um pouco de comida pelas casas . Estavam famintos:
- Vá trabalhar e não amole - ouvia-se detrás da porta.
- Aqui não há nada moleque - dizia outro...
As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes:
- Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... Coitadinhos!
Ela voltou com uma latinha de leite.
Que festa! Ambos se sentaram na calçada.
O menorzinho disse para o de dez anos:
- Você é mais velho, tome primeiro...
E olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta,
mexendo a ponta da língua.
Eu, como um tolo, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino!
Leva a lata à boca e, fingindo beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não penetre uma só gota de leite.
Depois, estendendo a lata, diz ao irmão:
- Agora é sua vez. Só um pouco.
E o irmãozinho, dando um grande gole exclama:
- Como está gostoso!
- Agora eu - diz o mais velho.
E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada.
"Agora você", "agora eu", "Agora você", "Agora eu", diziam eles.
E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo... Ele sozinho.
Esse "agora você", "agora eu" encheram-me os olhos de lágrimas...
E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário.
O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite.
Estava radiante, com o estômago vazio, mas com o coração trasbordante de alegria.
Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.

MORAL DA HISTÓRIA:
Daquele moleque nós podemos aprender uma grande lição: "Quem dá é mais feliz do que quem recebe." É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos.
Programa exibido em 12/03/10!

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