Para refletir!

"Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome". Mahatma Gandhi

A PRINCESA OBSTINADA

Pensamento: "Você não pode escolher como vai morrer ou quando. Você só pode decidir como vai viver agora." Joan Baez, Cantora

Mensagem: A PRINCESA OBSTINADA

Um certo rei acreditava que o correto era o que lhe haviam ensinado e aquilo que pensava.
Sob muitos aspectos era um homem justo, mas também com idéias limitadas.
Um dia reuniu suas três filhas e lhes disse:
- Tudo o que tenho é de vocês, ou será no futuro. Por meu intermédio vieram a este mundo. Minha vontade é o que determina o futuro de vocês três, e, portanto o seu destino.
Obedientes e persuadidas da verdade anunciada pelo pai, duas das moças concordaram.
Mas a terceira retrucou:
- Embora a minha posição me obrigue a acatar as leis, não posso acreditar que meu destino deva ser sempre determinado por suas opiniões papai.
- Isso é o que veremos minha filha – disse o rei.
Então ele ordenou que prendesse a jovem rebelde numa pequena cela, onde ela penou durante alguns anos.
Enquanto isso o rei e suas duas filhas submissas dilapidaram bem depressa as riquezas que de outro modo também seriam gastas com a princesa prisioneira.
O rei disse para si mesmo:
- “Essa menina está encarcerada não por vontade própria, mas sim pela minha. Isto vem provar, para qualquer mentalidade lógica, que é minha vontade e não a dela que está determinando o seu destino.”
Os habitantes do reino, inteirados da situação de sua princesa, comentaram:
- Ela deve ter dito ou feito algo realmente grave para que um monarca, no qual não descobrimos nenhuma falha, trate assim a sua própria filha, semente viva de seu sangue.
Pois é um rei sempre justo e correto em todos os seus atos.
De tempos em tempos o rei ia visitar a moça. Muito pálida e debilitada pelo longo encarceramento, ela se obstinava em sua atitude.
Finalmente a paciência do rei chegou a seu derradeiro limite:
- Seu persistente desafio – disse à filha – só servirá para me aborrecer ainda mais, e aparentemente enfraquecerá meus direitos caso você permaneça em meus domínios. Eu poderia matá-la, mas sou magnânimo. Assim, me limitarei a desterrá-la para o deserto que faz divisa com meu reino. É uma região inóspita, povoada somente por animais selvagens e pessoas excêntricas, incapazes de sobreviver em nossa sociedade racional. Ali logo descobrirá se pode levar outra existência diferente daquela vivida no seio da sua família; e se a encontrar, veremos se a preferirá à que conheceu aqui.
O decreto real foi prontamente acatado, e a princesa conduzida à fronteira do reino. A moça logo se encontrou num território selvagem e que tinha pouca semelhança com o ambiente protetor em que havia crescido. Mas bem depressa ela percebeu que uma caverna podia servir de casa, que nozes e frutas provinham tanto de árvores como de pratos de ouro, que o calor provinha do sol. Aquela região tinha um clima e uma maneira de existir próprios.
Depois de algum tempo ela já conseguia organizar sua vida tão bem que obtinha água de mananciais, legumes da terra cultivada e fogo de uma árvore que ardia sem chamas.
- “Aqui há uma vida cujos elementos se integram, formando uma unidade, mas nem individual ou coletivamente obedecem às ordens de meu pai, o rei.” - murmurou para si própria a princesa desterrada.
Certo dia um viajante perdido, casualmente um homem muito rico e ilustre, encontrou a princesa exilada, apaixonou-se por ela e a levou para o seu país onde se casaram. Passa do algum tempo os dois decidiram voltar ao deserto, onde resolveram construir uma próspera cidade. Ali, sua sabedoria, recursos próprios e sua fé se expandiram plenamente. Os “excêntricos” e outros banidos, muitos deles tidos como loucos, harmonizaram-se plena e proveitosamente com aquela existência de múltiplas facetas.
A cidade e a campina que a circundava se tornaram conhecidas em todo o mundo.
Em pouco tempo se expandiram amplamente em progresso e beleza, parecido com o reino do pai da princesa obstinada.
Por decisão unânime da população local, a princesa e seu marido foram escolhidos como soberanos daquele novo reino ideal.
Finalmente o pai da princesa obstinada resolveu conhecer de perto o estranho e misterioso lugar que brotou do antigo deserto, povoado, pelo menos em parte, por aquelas criaturas que ele e os que lhe faziam coro desprezavam.
Quando, de cabeça baixa, ele chegou aos pés do trono onde o jovem casal estava sentado, ergueu seus olhos para encontrar os daquela soberana, cuja fama de justiça, prosperidade e discernimento superava em muito o seu renome, pôde ouvir as palavras ditas por sua filha:
- Como pode ver meu pai, cada homem e cada mulher têm seu próprio destino e fazem suas próprias escolhas.
Autor desconhecido
Programa exibido em 17/09/10!

Nenhum comentário: