Para refletir!

"Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome". Mahatma Gandhi

A Guerra dos Espinhos

Pensamento: “Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!” Machado de Assis
Mensagem: A Guerra dos Espinhos
Num tempo em que as rosas não possuíam espinhos, havia um jardineiro que dedicava ao seu jardim todo o carinho e cuidados que se possa imaginar. Principalmente o canteiro das rosas era objeto de todo o seu amor.
Certo dia, seu André – assim se chamava o jardineiro – adoeceu e foi internado em um hospital; antes, porém, recomendou a seu filho que cuidasse muito bem de seu jardim, enquanto ele estivesse ausente.
O rapaz era um tanto preguiçoso e logo se esqueceu do pedido de seu pai. Assim as flores só recebiam água se chovesse e os espinhos começaram a aparecer no canteiro das rosas. A rosa vermelha por ser mais viva, alertou a rosa amarela, sua vizinha mais próxima:
- Amiga, precisamos defendermo-nos! Esses espinhos devem ser inimigos!...
A rosa amarela bocejou desanimada:
- Que podemos fazer? Somos tão frágeis!...
E, todos os dias, a rosa vermelha insistia com suas companheiras. A rosa branca também mostrou desinteresse.
Então a rosa vermelha se dirigiu à sua irmã rosa cor-de-rosa:
- Ouça: se não nos defendermos, esses intrusos nos sufocarão e nem mesmo nossos botõezinhos conseguirão sobreviver!
- Mas somos tão fracas! – responderam as rosas em coro; - que poderemos fazer contra esses brutos?
- Vamos nos unir, irmãs! Não vêm como cada dia os espinhos se tornam mais fortes e pontudos?
– Respondeu a rosa vermelha.
Os espinhos se divertiam muito zombando das rosas:
- Fracotes!
– Diziam eles – Vamos destruí-las e expulsá-las deste canteiro e aqui nós reinaremos!
Apavoradas, as pobrezinhas das rosas se convenceram que, mesmo sendo frágeis, deveriam se defender e a seus botõezinhos e, se preciso fosse, morrer lutando. Naquela noite, houve uma terrível batalha.
Os espinhos atacaram as rosas, as desfolharam e as rasgaram e as deixaram todas mortas. As pobrezinhas, num supremo esforço, curvaram-se sobre os frágeis botões, protegendo-os como puderam. Eles ficaram submersos por uma imensa camada de folhas, pétalas e galhos estraçalhados das rosas.
No dia seguinte, seu André voltou do hospital e sua primeira visita foi ao canteiro das rosas. Seus olhos não queriam acreditar no que estavam vendo. Debruçando-se sobre as rosas mortas, derramou lágrimas que chegaram a umedecer o solo seco onde suas queridas flores estavam mortas.
Seu filho também chorava muito, arrependido por haver causado tão grande desgosto a seu querido pai. Seu André, com muita paciência, foi tirando as rosas mortas; as flores e os galhos, colocando tudo carinhosamente em uma caixa. Então, timidamente, os botõezinhos começaram a levantar-se, o que encheu de esperança o coração do jardineiro. Os covardes espinhos haviam se amontoado num canto do jardim, envergonhados pela má ação praticada contra as indefesas rosas. Estava anoitecendo. Ao retirar-se disse seu André aos espinhos malvados:
- Amanhã bem cedo, eu os arrancarei e os jogarei ao fogo!
Apavorados, os espinhos concluíram:
- Fizemos um grande mal. As rosas eram mais fracas que nós. Devemos reparar tão horrível maldade. Que haveremos de fazer?
E assim os espinhos, um a um, foram se unindo os galhos dos botões que já se abriam e juraram:
- Daqui em diante nunca mais atacaremos rosa alguma; seremos seus aliados e protetores.
Foi assim, que até o dia de hoje, as rosas passaram a ter espinhos, que se tornaram seus eternos defensores.

Texto extraído do livro: Contos para contar - Thereza Iglésias
Programa exibido em 11/08/11!

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